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JM JORNAL DO MUNDO - A INFORMAÇÃO EM TEMPO REAL: NOTÍCIAS, REPORTAGENS, ARTIGOS, VÍDEOS, FOTOS , SOM&IMAGEM E MUITO MAIS...
Ano 3 - Edição 820- Fortaleza - Junho de 2013



domingo, 2 de junho de 2013

NOITE DAS RAIZES BRASILEIRAS , FESTA DA NOVA LITERATURA CEARENSE HÁ UM ANO!

DAS COISAS DA VIDA E DA MORTE , E DE CHICO ASA BAIXA COMPLETA UM ANO DO LANÇAMENTO. AGUARDE EM BREVE A PUBLICAÇÃO DO LIVRO DE ÓRION LIMA, EM EDIÇÃO DIGITAL PELA EDITORA SARAIVA E SICILIANO DE SÃO PAULO. ABAIXO FOTOS DA NOITE DE AUTÓGRAFOS NA CASA JUVENAL GALENO EM MAIO DE 2012 

NOITE DAS RAÍZES BRASILEIRAS










domingo, 6 de fevereiro de 2011

MEMÓRIAS DE UM CARRO FORTE



 O MEU LULU

                                                                 

CAP. NIL

O causo de hoje aconteceu neste meu passado longínquo nos anos de 1829 aonde tudo era mais difícil.

Ir para o carro forte então tinha que passar pelos os postos da vida e depois  de ir para a portaria. O guarda que aqui vou dar um nome fictício , era grande demais : uns 2 metros pra la! Seu nome tinha que ser no aumentativo e aqui vamos clama lo de PEDRAO! Sim , Pedrão era grandão até demais e sua voz era  grossa, e ao mesmo tempo muito aguda. 
No seu primeiro dia, melhor dizendo, noite de trabalho, Pedrão fazia tudo que lhe mandavam. Corria para um lado, ia pra o outro, na maior atividade. Queria mostrar serviço. A noite foi passando e o serviço sem alteração.  O dia  foi raiando,  quase hora de ir embora ,poucos minutos para encerar o expediente. 
Seu chefe de turma era um baixinho de 1 metro e meio mais ou menos e, na ultima hora , resolveu tirar um saro com Pedrão na frente do pessoal que ia rende-lo . Estavam todos prontos para a rendição. ai o chefe baixinho chama o Pedrão, olha para o alto-  pois ele muito baixo - e o pedrão muito alto,  e fala :
-Pedrão me empresta uma caneta. O guada Pedrão  com sua voz grassa e aguda, olha para baixo e fala :
-O minha chefia vou ficar devendo pois não tenho caneta.

Ai o chefe querendo aparecer sob re o novato, olhou de novo para o alto -  para o pedrão - e falou: 

-Como é que é ? Não tem caneta, não e possível ! Eu não admito um guarda sem caneta. Pra mim e um guarda pelado, esta nu. E pedrão logo respondeu com sua voz grossa :

-Se eu estou nu ,você então esta vendo o meu LULU.  






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MEMÓRIAS DE UM CARRO FORTE
                                                            CAP.NIL


O 1º dia você nunca esquece.



 Este causo que conto hoje, aconteceu há muito tempo nos meado de 1829 e, como diz o ditado: toda araruta tem seu dia de mingau. Vou contar meu 1º dia no carro forte.

Tirava serviço na portaria de uma grande e conceituada transportadora. Nesta época a rotina de trabalho era puxada, as transportadoras trabalhavam 24 horas e tinha dia que os guardas não agüentavam. E não acordavam e, um ou outro, faltava.

 Quando conhecidia de faltar muitos, no mesmo dia, o bicho pegava!  O serviço tinha que sair não podia deixar a peteca cair. Se estivesse faltando muito motorista, tinha ate um diretor que arregaçava as mangas colocava uma farda,  pegava na 12 e pilotava o dia todo... Mais quando era falta de guarda,  tirava o que estava portaria.

Nesta época o carro forte podia sair com apenas um guarda e foi este o meu primeiro dia. Faltou muita gente e o chefe da portaria escalava um guarda ou mais para ir no carro forte.

Foi quando o  chefe da portaria me chamou:

 – Guarda acelerado “rope-rope”  .

Eu sai do posto correndo e me apresentei a ele que falou:

 –Se apresenta nas operações que você está escalado no corro forte. Apresentei-me nas operações e fui escalado na equipe que só tinha o chefe de equipe e o motorista. Eu era o único guarda.

 Assim que saímos da base falei com o chefe de equipe :

 -Hoje e o meu 1º dia no carro forte dá pra você me dar umas coordenadas?

O chefe de equipe olhou para mim e pro motorista e falou:

 – Claro!  A primeira coisa e ficar atento, olhar tudo a seu redor!  Olho vivo, cara na janela vendo todo bicho que esta lá fora.

E eu com a cara, ora na janela hora esquerda, hora na direita, o coração disparando uma adrenalina inesquecível.  Quando chegamos no banco na ilha de um quartel naval , o chefe de equipe falou:

 –Vai, olha o cliente, você e o batedor! Pente fino, vai!.

Olhei para um lado e para o outro e pulei do carro forte. Quando a porta bateu pensei:

- Agora e só eu e Deus, e caminhei em direção ao banco.  Olhei fora e dentro, retornei e fiz um sinal:

 –Ok pode vir.

O chefe da equipe  de dentro do carro, colocou o dedo no olho e apontou pro banco e circulou.

Ai meu coração bateu mais forte.  O que ele esta vendo que eu não via? Olhei pro lado direito e esquerdo, entrei atento no banco e  fui até o tesoureiro e perguntei :

–Bom dia esta tudo certo?

O tesoureiro:

 –Tudo certo, pode vir.

Fui para a porta do banco e de novo fiz o sinal - ok.

-Pode vir o chefe de equipe!

 De novo ele colocou o dedo no olho e apontou pro banco e circulou.

O meu coração que já estava acelerado, disparou mais ainda. Novamente olhei pro lado direito, esquerdo, entrei no banco fui ao tesoureiro e falei:

–Tudo certo chefia?

O tesoureiro olhou pra mim:

-Tá, tá tudo certo, pode trazer a remessa.

Voltei pra porta do banco me posicionei e fiz o sinal de ok.

-Pode vir!

O chefe de equipe me chamou.  Pensei comigo:

-O que ele esta vendo que eu não vi?”

Parti pro carro na maior atividade, pensando ate em levar um tiro nas costas.       Quando vi a porta abrir, minha vontade era pular dentro do carro, mais mantive o padrão.  

Dentro do carro o motorista e o chefe de equipe estavam caídos no chão, de tanto dar gargalhadas! Descontrolados!

Depois de alguns minutos o chefe de equipe falou:

 –Muito bom meu caro, você foi ótimo!  Isso mesmo, atividade! É mais importante desconfiar de tudo, mesmo que pareça esta tranquilo! Muito bom.  Aqui, realmente esta tranqüilo -  é um quartel dentro de uma ilha... Só tem militar, esta vendo?

domingo, 30 de janeiro de 2011

CONFISSÕES DE UM REPÓRTER
Ironnia? Mendigo conversa com estátua de Carlos Drummond de Andrade
                                O poeta João Cabral de Melo Neto
                   
COMO ENTREVISTEI CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


                         José Mário Lima


Corriam os anos de repressão política e nós na nossa vidinha de repórter, no Rio, um centro em ebulição das forças de reação a ditadura militar. Em 1969 voltei para O Globo, como repórter e acumulava a mesma função no JE – Jornal do Escritor, que ajudei fundar com o escritor e jornalista Jose Louzeiro.

Nessa época entrevistamos romancistas, contistas, poetas de todas as tendências e viajamos muito pelo Brasil. Numa série sobre as “vanguardas brasileiras” fizemos uma entrevista com o poeta João Cabral de Melo Neto e ele foi categórico ao afirmar:

-Sou mais famoso que Drummond!.

O Jornal do Escritor abriu manchete de primeira página, afinal João Cabral tinha uma espécie de rivalidade, com o consagrado Carlos Drumond de Andrade.
Daí em diante passei a tentar entrevistar Drummond. Mas o poeta não dava entrevista pra ninguém, naquela época.

Em 1969 Drummond largou o Correio da Manhã e passou a escrever suas Crônicas no Jornal do Brasil. Ai é que o poeta de Itabira ficou difícil, intransigente, a respeito de entrevistas.

Em 1970 , não lembro o mês, Carlos Drummond de Andrade publicou um novo livro de poemas (Caminhos de João Brandão, pela Editora Jose Olympio), e a imprensa inteira divulgou a noite de autógrafos, numa livraria do centro do Rio.

Lá fui eu designado pelo Globo para cobrir o lançamento. Ai não tive duvidas , encostei o microfone de meu gravador próximo a Drummond,, enquanto ele autografava os livros. O poeta era tão sisudo que dava medo e não respondia nenhuma das minhas perguntas. Fingia não ouvir e, para não ser indelicado aqui, ali, monossilava uma palavra, para responder as minhas insistentes perguntas.

- Poeta qual a importância desse novo livro, em relação a sua obra l iteraria?

- Poeta quais são seus projetos literários daqui para frente? Está escrevendo algo novo que queira mencionar?

E Drummond respondia, ora sim, ora não, mas sem entrar em detalhes. Torrei o saco do entrevistado, ele não podia nem pensar, pois estava ali no seu encalço, como um carrapato grudado em sua pele.

A certas alturas, indaguei:

-Que acha da afirmativa de João Cabral de Melo Neto, que disse ao Jornal do Escritor que é mais famoso do que o Sr.?

Foi a única fez que Carlos Drumond de Andrade perdeu a sisudez e a frieza.

- Cabral, mais famoso do que eu? Isso é brincadeira! Sou mais famoso do que ele.

E saiu de mansinho, tentando escapar no meio das pessoas que participavam do coquetel de lançamento.

Confesso: o que eu tinha gravado era  quase nada, diante do que ele ,  o laureado poeta de “Uma pedra no meio do Caminho”, “Seleta em Prosa e verso”, poderia ter dito se tivesse um pouco de boa vontade, não fosse tão arredio aos repórteres , apesar de muito vaidoso.

Como os “sins e nãos”, com as palavras sincopadas do Poeta Maior da época, montei uma matéria de uma lauda para O Globo. E se não me falha a memória, pois já se passaram mais de 40 anos, tinha um titulo mais ou menos assim:

"Drumond diz que é mais famoso que João Cabral".

Não deu outra. A matéria  como de praxe, foi reescrita pelos copy deskes de O Globo, e no outro dia estava na primeira página do Maior Jornal do País, de então.

No Jornal do Escritor minha matéria foi publicada na integra, sem cortes, pois José Louzeiro gostava da poesia de Drummond, mas não ia muito com o seu jeito mineiro, sisudo e impopular. Para ele, Louzeiro tinha uma frase especial:

- Drummond é um filho da p...!

E não o entendi até essa semana, quando estive com um  outro companheiro da mesma época, e quando recordamos nossas sofridas vidas nos tempos da ditadura.

João de Deus Pinheiro Filho, hoje PHD em Física Nuclear, professor da Universidade Fluminense aposentado e membro da Cnen, me explicou o verdadeiro significado do termo:

- O mau caráter existe em toda sociedade e é ate aceitável! Mas o Filho da P.... esse deveria morrer e ir logo direto para o inferno.

E explicou:

- É que o Filho da P.... Não se conforma em te prejudicar. Ele quer te lascar mesmo, te fazer o mau!

Ai entendi a posição de Carlos Drummond de Andrade e sua reação "punitiva",por  ter sido o primeiro repórter a entrevista-lo, “desvirginando” para sempre nas letras diárias de um jornal, o autor premiado das Letras Nacionais. E ele não podia me desmentir. Estava tudo bem gravado! Daí para frente Drummond passou a dar entrevista a qualquer jornalista que o procurasse.

No dia seguinte , a publicação de minha matéria em O Globo,( que gostaria muito de reavê-la nos arquivos daquele periódico),- Carlos Drumond de Andrade tentou me desmoralizar em sua coluna do Jornal do Brasil.

Narrou  que durante o lançamento de seu livro um reportezinho lhe fizera a seguinte pergunta:

- Poeta quando publicará seu próximo romance?

Essa foi à maneira irônica que achou para me punir, afinal ele era Carlos Drummond de Andrade e eu um simples repórter "C" de O Globo. Quem acreditaria em mim, embora soubéssemos que Drummond nunca escreveu romances, só poemas, crônicas e contos?

José Louzeiro, Assis Brasil e muitos outros escritores acreditaram. Por isso meu esforço hercúleo foi editado na íntegra no Jornal do Escritor.

 João Cabral de Melo Neto, então embaixador do Brasil em Barcelona, dono da cadeira numero 6 da Academia Brasileira de Letras, autor de inúmeros livros premiados, entre os quais "Morte e Vida Severina", deve ter dado boas risadas, quando tomou conhecimento da polêmica e com a hostilidade do sensível poeta de "Boi Tempo".

Ele mesmo nos diz em Vida e Morte Severina:

"...E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."

(Morte e Vida Severina)

E Carlos Drummond de Andrade passou em nossas vidas como todas as coisas passam, menos nas lembranças e nos seus lindos poemas que sempre mostraram que o homem é um, e o artista é outro, como bem mostra seu poema:

CIDADEZINHA QUALQUER
1967 - JOSÉ & OUTROS

Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar ... as janelas olham.

ETA vida besta, meu Deus.

domingo, 16 de janeiro de 2011

CONFISSÕES DE UM REPÓRTER




            
                       JOSE MÁRIO LIMA






Não fazia um mês que havia me transferido para a Escola de Comunicação do Rio de Janeiro, em março de 1968. Estagiário da Tribuna da Imprensa fui designado para cobrir os piquetes de resistência dos estudantes, no Calabouço.


O Calabouço há muito se tornara um centro de resistência estudantil ao regime ditatorial de então, desde os tempos da demolição do antigo restaurante em 67 e da construção de um galpão, onde passou a funcionar o novo restaurante, na Praça Ana Amélia, próximo ao Museu de Arte Moderna. A comida do restaurante era péssima, apesar de custar só 50 centavos de cruzeiro., mas era o que tínhamos até a ditadura fecha-lo de vez.


Havia no meio estudantil uma preocupação permanente, em defender o Calabouço, o último reduto de resistência ao regime militar. Por isso, uma vigília permanente, na área externa do restaurante, era feita pelos estudantes.


Mas naquela manhã do dia 28 de março de 1968, ninguém poderia supor que o restaurante seria palco de tantas violências e arbitrariedades, quando uma tropa da PM, sob o comando do Exército invadiu o Calabouço sob rajadas de metralhadoras.


Como repórter sempre fui muito prudente e guiado por um fotografo experiente da Tribuna,era sempre aconselhado a fazer a cobertura a uma certa distancia, sempre escondido por traz de colunas de edifícios ou árvores. Desci da Tribuna a pé no rumo do Calabouço, que ficava próximo ao Aeroporto , há algumas quadras do Passeio Público e da famosa Cinelândia.


No Passeio Público já sentíamos o cheiro forte das bombas de gás lacrimogêneo e o centro do Rio estava transformado em praça de guerra. Os estudantes, divididos em pequenos grupos corriam de um lado para outro, ora no sentido do prédio do Ministério da Educação ora nas ruelas próximas ao restaurante.


O cordão de isolamento feito pela PM havia entrincheirado os estudantes em frente ao MEC, enquanto outro grupo defendia com mãos desarmadas, a frente do restaurante do Calabouço. E naquele corre-corre sem fim, ora num sentido hora noutro, os camburões da policia se aproximavam e os estudantes presos eram jogados como animais dentro de um cubículo.


Nas calçadas próximas aquela "praça de guerra" a multidão observava inerte. Nós , repórteres de rua, logo aprendemos como neutralizar os efeitos do gás lacrimogêneo: molhávamos os lenços em água e tapávamos a respiração, enquanto  umedecíamos os olhos em fogo.


De repente ouvimos rajadas de metralhadora vindas do lado do restaurante do calabouço e procuramos nos aproximar ao máximo para registramos os fatos. Um grupo pequeno de estudantes se aproximou e trazia um jovem ferido, correndo no sentido da Avenida Rio Branco.


Cheguei bem perto e vi que o jovem estava morto. Nunca esqueci aquele olhar vazio, distante, e aquele filete de sangue correndo de um único ferimento de bala na altura do coração. A expressão do jovem lembrava a de Che Guevara, também morto por defender a liberdade , contra a tirania de regimes que escravizavam os menos favorecidos.


O cortejo seguiu rumo a Câmara dos Deputados do Rio e os policiais nada fizeram para impedi-los. Agora a luta pela volta do regime democrático tinha seu mártir público, porque naquele mesmo dia outros estudantes foram mortos e seus nomes nunca foram conhecidos , com pouquíssimas excessões. Os camburões saíram da praça de guerra lotados de estudantes feridos, jogados como gado sem dono, atirados uns sobre os outros.


A confusão se generalizou quando as lideranças políticas estudantis, agora entrincheirados na Camara Municipal, se revezavam em comícios, aos gritos de “abaixo a ditadura”. Vladimir Palmeiras era um dos mais veementes, mas a polícia continuava cercando a praça principal da Cinelândia na tentava dissolver os piquetes, com cassetetes em punho, sabres, bombas de gás lacrimogêneo e rajadas de metralhadoras.


As essas alturas, a confusão era tanta que o fotógrafo da Tribuna sumiu e eu fiquei ingenuamente no meio do fogo cruzado, em frente à Camara dos Deputados. Num ato providencial, pois estava perplexo e sem reações, ouvi um grito e um puxão na aba do paletó:


- Se abaixa Mario Lima! Aqui Mario Lima!


Senti-me arrastado para trás da mureta de proteção da Camara dos Deputados, enquanto as balas ricocheteavam nos pilares do prédio. O meu "anjo salvador" foi um repórter fotográfico que conheci ainda no Correio do Ceará, dos Diários Associados: Vieira Queiróz, naquela época, no Rio, trabalhando para a Revista Manchete.


O saldo de baixas daquele dia fatídico, nunca foi divulgado totalmente, até porque o regime não permitia. Sabemos que alguns repórteres saíram feridos com estilhaços de bala nas pernas e que muitos estudantes morreram. Alguns noticiados em registro policial. Mas a verdade mesmo é que muitas maquinas fotográficas foram quebradas, repórteres e estudantes presos. E Edson Luiz, o estudante paraense, transformou-se num mártir da Liberdade.


Sua necropsia foi feita no próprio local do velório, a Camara dos Deputados do Rio, pelos Drs. Nilo Ramos de Assis e Ivan Nogueira Bastos, na presença do Secretário de Saúde do Estado. Seu óbito de n. 16.982 teve como declarante o estudante Mário Peixoto de Souza. O corpo carregado por milhares de estudantes, até o Cemitério São João Batista, numa passeata que parou o centro do Rio.  


Hoje sabemos que Edson Luiz Lima Souto, nasceu no dia 24 de fevereiro de 1950, em Belém, no Pará. Filho de Maria de Belém de Lima Souto era de família muito pobre e começou seus estudos primários na Escola Estadual Augusto Meira, em sua cidade natal.


Mudou-se para o Rio de Janeiro e prosseguiu seus estudos secundários no Instituto Cooperativo de Cooperativo de Ensino, que funcionava no tradicional restaurante carioca Calabouço. Edson foi assassinado a queima roupa durante a repressão policial da ditadura utilizada para desalojar os estudantes que haviam ocupado o Calabouço no dia 28 de março de 1968.


O registro de Ocorrência n. 917, da 3ª DP informou que, no tiroteio ocorrido no Restaurante Calabouço, outras seis pessoas ficaram feridas, sendo atendidas no Hospital Souza Aguiar.


Foram elas: Telmo Matos Henriques, Benedito Frazão Dutra (que veio a falecer, logo depois), Antônio Inácio de Paulo, Walmir Gilberto Bittencourt, Olavo de Souza Nascimento e Francisco Dias Pinto.
 Outras três pessoas, segundo a policia, saíram feridas na Praça Floriano, (Cinelândia), durante o velório de Edson Luiz, realizado na Assembléia Legislativa, são elas: Jouber Valan, João Silva Costa e Henrique Rego Carnel, também atendidos no Hospital Souza Aguiar.


Isso o que se soube através do registro da ocorrência. Mas para nós, que cobrimos a matéria in loco, o número de corpos atirados inertes, dentro dos camburões da policia militar foi bem maior.


O estudante Edson Luiz Lima Souto foi homenageado, 40 anos depois de tudo, na praça Ana Amélia, centro do Rio de Janeiro, onde existe uma escultura em sua homenagem.


O evento foi o resultado de uma parceria entre a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Prefeitura do Rio de Janeiro, União Nacional dos Estudantes (UNE), e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES). A da mãe de Edson Luis, Maria de Belém Souto Rocha, também esteve presente na inauguração do busto em homenagem ao filho assassinado.
Assim se passaram 40 anos e não conseguimos esquecer aquele triste dia no Rio de Janeiro!



CULINÁRIA DELICIOSA COM LILI A MULHER DA SERRA

Culinária Deliciosa com Lili

COZIDÃO

ingredientes

  • 1kg de músculo
  • 1 colher de colorau
  • pimenta
  • cominho
  • tempero baino
  • 1 colher café de sal temperado
  • 1 cebola grande em pedaços
  • 4 dentes de alho
  • 2 sachês tempero do nordeste e sabor carne
  • 2 cenouras
  • 2 batatas portuguesas e doce
  • 1 mandioca
  • 1 beterraba
  • 1 chuchu
  • 1 pimentão
  • 1 couve
  • 2 tomates
  • cebolinha
  • salsinha
  • 300g de quiabo, de repolho, maxixe, abobora cabotia (jerimum caboclo)

Modo de preparo

Corte a carne em pedaços médios, coloque na panela de pressão com a cebola e todos os temperos. Coloque água atá cubra e coloque pra cozinhar.

Enquanto cozinha, lave e corte as verduras, beterraba separe, cenoura separe, batatas, mandioca e repolho separe, chuchu, quiabo, maxixe, abobora, couve, salsinha e cebolinha, tomates e pimentão.

Quando a carne estiver cozida coloque a beterraba e água até cobrir por 5 minutos na pressão. Depois a cenoura por mais 5 minutos, depois as batatas,a mandioca, o repolho e o chuchu, pimentao, mais 5 minutos, e por último quiabo, maxixe, abóbora, couve, salsinha, cebolinha, tomates. 1 sachê de tempero de carne. Cozinhe os últimos sem pressão por uns 10 minutos.

LILI A MULHER DA SERRA

Quem somos

JM JORNAL DO MUNICÍPIO - JM JORNAL DO MUNDO - Orgão Sócio-Cultural de Utilidade Pública em Defesa da Cidadania nos bairros e municípios brasileiros. Diretor–Editor–Responsável:José Mário Lima. Reg. Prof.12418 DRT-RIO. Secretário Geral – Gabriel Pontes.Designer Gráfico- Alice Farias Lima.Layout e Criação – Gabriel Pontes. Secretário de Edição: José Mário Lima.COLABORADORES: Colunistas :Celina Côrte Pinheiro,Nilmar Marques (Cap.Nil), Orion Lima, Santos Sá,Henrique Soares,Assis Brasil; JM Reportágens: (Equipe)Henrique Soares,Gabriel Pontes e Santos Sá; -JM Cultura:(Equipe)- Publicidade (JML) - Movimento Estudantil: Gabriel Pontes. JM Esportes: (equipe)- JM Literatura: Assis Brasil. Notícias dos Bairros: Henrique Soares,Amil Castro; Sociedade-artesanatos: Martha Lima.Culinária : Lili(Faraó-Cacoeiras-RJ). Correspondentes: Redenção: Nice Farias;Irauçuba: Swami Nitamo;Teresina e Parnaíba: Assis Brasil;Estado do Rio de Janeiro (interior): Nilmar Marques - Cachoeiras de Macacu: Paschoal Guida. Rio,(Capital): João de Deus Pinheiro Filho. *As opiniões emitidas em artigos assinados são da inteira responsabilidade de seus autores.