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Ano 3 - Edição 820- Fortaleza - Junho de 2013



domingo, 9 de janeiro de 2011

CONFISSÕES DE UM REPÓRTER

 UM BANHO DE LAMA NA
 LAGOA RODRIGO DE FREITAS



JOSÉ MÁRIO LIMA


Vida de repórter não é nada fácil. E em se tratando de uma grande cidade, como o Rio de Janeiro e, quando o jornal é O Globo, o maior jornal do país, a responsabilidade crescia, e as exigências também.

Saímos para cobrir um evento, pauta na mão, e éramos seguidos pelo serviço de rádio, uma maneira não só de dar a nossa posição à redação, como também de controlar o tempo e o percurso que gastávamos para realizar determinado trabalho.

Apesar de ter passado por vários setores, na cobertura da cidade, praticamente me especializei em “Meio Ambiente”, sendo o repórter destacado para cobrir a Fundação Estadual (FEEMA).

Na gestão do então presidente da Feema, Haroldo Mattos de Lemos, tive a oportunidade de escrever boas reportagens sobre a poluição na Baia de Guanabara, o e os estudos de controle, pelo órgão, da emissão de gases poluentes na cidade e combate aos roedores, (ratazanas que infestavam o Rio), e que tanto males causaram à humanidade, com a disseminação da peste negra, que matou milhares de pessoas na Europa, no final do Século XVIII, início do Século XIX.

Haroldo Mattos de Lemos me chamava de “O eletrônico”, pelo fato de todas as minhas entrevistas serem gravadas. No jornalismo diário essa foi uma época feliz, pois muito me identificava com a luta dos ambientalistas contra a poluição do ar, da terra, rios, lagoas, mares, fato já alarmante por volta de 1979.

A Organização Mundial da Saúde e a ONU davam seus primeiros alertas para aquilo que e tornou, hoje, uma ameaça gritante contra a vida no planeta Terra. Nessa época não  ouvíamos falar de efeito estufa. Mas de inversão térmica, sim ! Não se  conhecia ainda a dimensão dos gases poluentes na atmosfera do planeta, nem se tinha dados tão precisos sobre o “buraco de ozônio, o degelo das calotas polares, ou a possível invasão das cidades litorâneas pelo oceano.

Como  repórter de meio ambiente, recebi um dos maiores “prêmios” daquela época , para um jornalista iniciante: ter uma matéria assinada na primeira página de O Globo, com  a reportagem especial sobre o desmatamento na reserva florestal de Maria Madalena, que fizemos na terra de Dercy Gonçalves.

Para se ter idéia de como isso era cobiçado,  e importante, basta dizer que só Nelson Rodrigues, Roberto Marinho, Esdras Nascimento e outro figuraços, tinham o privilégio de assinar matérias na primeira página do jornal.

Esse fato gerou muitos “buchichos” e daí para frente vimos outros repórteres, como Marcelo Pontes, Belissa Ribeiro, Domingo Meireles, entre outros, começarem, também, a assinar suas reportagens. O Globo se democratizou, a partir de então, dando essa valorização ao trabalho dos seus bons profissionais “jovens”.

Meio ambiente me rendeu outras boas matérias assinadas, como a campanha contra os ratos, a despoluição da Baia de Guanabara, e até mesmo a história de uma orquídea, raríssima: a Acacallis Cianeya Lindle, “a orquídea que valia um Rolls Royce,  mas desta feita, no segundo caderno, editado pelo saudoso Fuad Atalla.

Tornei-me com o tempo um especialista em meio ambiente e dos setores que cobri em O Globo, como policia, radio escuta para pauta, reportagem geral, esportes amadores, delegacia de entorpecentes e reportagens especiais, como a sobre a Reserva de Maria Madalena, devastada por carvoeiros  e, sobre Rosalino, um menino paranormal, - foi cobrindo meio ambiente onde mais me destaquei.
Um dia numa dessas coberturas rotineiras, tomei um grande susto e quase morri afogado.

Fomos designados para fazer uma matéria sobre a mortandade de peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas, um dos cartões postais do Rio. Já vínhamos acompanho o caso há uma semana e eram milhares de peixe mortos, o que causava uma terrível fedentina no bairro do Leblon.

A FEEMA, um órgão do governo do Estado tinha um projeto para desassoreamento das margens da lagoa e do canal que a ligava ao oceano. Assim saímos da redação, - repórter e fotografo (Filò) para cobrir a dragagem do canal da lagoa. Já havíamos rodeado toda a extensão da Lagoa Rodrigo de Freitas, mas a draga estava do outro lado, próximo ao Jóquei Club e resolvemos ir até lá.

Descemos e o sol já começa a se por. Começamos a caminhada a pé até próximo da draga onde Filó poderia fazer uma foto mais expressiva. Saímos margeando a lagoa. A sorte é que como não ia entrevistar ninguém, deixei meu gravador no carro de reportágens. Assim segui e o Filó dizia:

-Cuidado, Mario Lima! Você está muito próximo da borda da lagoa!

 Repórter afoito, querendo sentir de perto como ficaria a obra, continuei. De repente comecei a afundar no lodo. Quanto mais me mexia mais afundava e a noite já estava chegando. Procurei me agarrar em cipós e galhos de mato, mas já estava coberto de lama até pescoço, isso com o peso do paletó gravata e sapatos, encharcados.

Foi à presença de espírito do fotografo Filó que me salvou. Começou a gritar para o motorista do nosso carro de reportagem e ambos, mais que depressa , conseguiram em agarrar pelos cabelos e me puxaram para fora.

Nessas horas de grande perigo não sentimos nada. Não avaliamos o que passamos realmente. Estava coberto de lama do pescoço aos pés e de um cheio fétido, insuportável.

Quando o susto passou demos bom risadas e rumamos para a redação do Globo. Como morava na Zona Sul do Rio, em Botafogo, antes passei por meu apartamento tomei um banho e troquei de roupa.

A essas alturas toda redação de O Globo já sabia do ocorrido, porque o motorista comunicou tudo pelo rádio. Quando entrei na redação para escrever a matéria, a gozação foi geral.

Todos queriam saber como tinha escapado de morrer na Lagoa Rodrigo de Freitas e fui logo aconselhado a procurar o serviço medico do jornal, para evitar possíveis males, advindos da lama mais podre do Rio de Janeiro.

Daquele dia em diante minha fama aumentou no jornal, “como o repórter que foi ver bem de perto a podridão da Lagoa Rodrigo de Freitas e quase nela morreu. Mesmo que quisesse não poderia esquecer jamais aquele banho de lama na lagoa.


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CULINÁRIA DELICIOSA COM LILI A MULHER DA SERRA

Culinária Deliciosa com Lili

COZIDÃO

ingredientes

  • 1kg de músculo
  • 1 colher de colorau
  • pimenta
  • cominho
  • tempero baino
  • 1 colher café de sal temperado
  • 1 cebola grande em pedaços
  • 4 dentes de alho
  • 2 sachês tempero do nordeste e sabor carne
  • 2 cenouras
  • 2 batatas portuguesas e doce
  • 1 mandioca
  • 1 beterraba
  • 1 chuchu
  • 1 pimentão
  • 1 couve
  • 2 tomates
  • cebolinha
  • salsinha
  • 300g de quiabo, de repolho, maxixe, abobora cabotia (jerimum caboclo)

Modo de preparo

Corte a carne em pedaços médios, coloque na panela de pressão com a cebola e todos os temperos. Coloque água atá cubra e coloque pra cozinhar.

Enquanto cozinha, lave e corte as verduras, beterraba separe, cenoura separe, batatas, mandioca e repolho separe, chuchu, quiabo, maxixe, abobora, couve, salsinha e cebolinha, tomates e pimentão.

Quando a carne estiver cozida coloque a beterraba e água até cobrir por 5 minutos na pressão. Depois a cenoura por mais 5 minutos, depois as batatas,a mandioca, o repolho e o chuchu, pimentao, mais 5 minutos, e por último quiabo, maxixe, abóbora, couve, salsinha, cebolinha, tomates. 1 sachê de tempero de carne. Cozinhe os últimos sem pressão por uns 10 minutos.

LILI A MULHER DA SERRA

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